[rel-uita.org] Sindicatos da alimentação realizam ato contra o racismo em frente à empresa OFI

Segundo Ulisses Santana Abade, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Ilhéus, Itabuna e Uruçuca (Sindicacau), o protesto ocorreu em razão de uma atitude racista de um gerente sênior da OFI.

“O gerente falou que os negros só servem para limpar quintal e trabalhar na plantação de cacau e de café, dizendo que a empresa deveria contratar pessoas brancas, ‘pessoas bonitas’, e não negros.

Ficamos revoltados e indignados com isso. Fizemos uma reunião com a empresa na última semana para tratar do acordo coletivo e cobramos explicações”, relata.

A empresa confirmou que o racismo aconteceu, aponta Ulisses. A OFI também disse que suspendeu o gerente e cobrou retratação, mas o gerente não se retratou com os trabalhadores.

Ulisses conta que os trabalhadores foram penalizados de diferentes formas. “

A empresa precisa tomar providências concretas para o dano racista. O gerente mudou por conta própria os trabalhadores para outros postos de trabalho.

Um funcionário solicitou dos Recursos Humanos que fosse para outro setor, mas a empresa disse que não havia vaga, então pediu demissão para não continuar no mesmo ambiente que esse gerente”.

De acordo com Ulisses, medidas judiciais estão sendo tomadas para responsabilizar os envolvidos no ato de racismo. Além disso, foi registrada uma queixa-crime, e um processo no Ministério Público do Trabalho foi aberto para apurar o caso.

Basta de Racismo

O presidente da Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac-CUT), Nelson Morelli, repudiou os ataques racistas.

“Não podemos aceitar de forma alguma que isso aconteça. É triste e lamentável toda essa situação. Ninguém deveria ser submetido a esses ataques, ainda mais por sua cor. A nossa confederação irá tomar todas as medidas possíveis para que os responsáveis sejam devidamente punidos. Racismo é crime!”, afirma Morelli.

A secretária de Negritude e Diversidades da Contac-CUT, nova pasta criada no 10º congresso da confederação, Camila Carvalho, também falou sobre os ataques.

“Não compactuamos e repudiamos esse tipo de conduta. É lamentável que, em pleno século 21, ainda existam pessoas que julguem as outras por causa da cor da pele, e não por suas qualificações.

Precisamos dar um basta na intolerância e no ódio. Lugar de negro é onde ele quiser. Tomaremos as medidas cabíveis contra esse caso.

Além disso, buscaremos aprimorar a formação sobre raça e classe, em parceiras, inclusive, internacionais, com a UITA, para que possamos expandir a luta contra o racismo e todos os preconceitos”, disse a secretária.

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